A dúvida do Carlos: prós e contra$ do acesso móvel a dados
Por Manuela Allain Davidson
Alguns comentários feitos aqui no MADPixel rendem bons posts. É o caso da dúvida lançada pelo Carlos Beuter no texto sobre o serviço bancário do BB por celular (31/07). Um detalhe, além do BB, há alguns dias vi que Itaú, Unibanco, Caixa Econômica e outros também já estão com sites de acesso por celular. Mas voltando ao Carlos, ele perguntou quanto custaria realizar uma simples transação como visualizar o saldo, por exemplo, e disse que o custo de tráfego de dados por Kbytes é o que o impede de comprar um celular mais avançado.
"Até o momento não procurei um celular com suporte a GPRS devido a estas e outras incógnitas. Quem sabe não vale a pena", declarou. Confesso que pra tentar dar uma resposta convincente ao Carlos tive que 'pedir ajuda dos universitários'. Então conversei com o Diego Rocha, um amigo da área de TI que trabalha com a Samsung, e ele garimpou para mim os dados que apresento agora.
A TIM, por exemplo, cobra R$ 15,73 por megabyte para clientes pré-pagos. Mas clientes pós-pago têm acesso a um pacote básico que custa R$ 5,99 por megabyte - tanto para transferência de dados por GPRS ou Edge, dependendo da área de cobertura. E quanto mais você usa, mais tem descontos. Há também a opção de estabelecer pacotes individuais onde 1 gigabyte vai custar R$ 149 (ou R$ 0,15 por megabyte). A Claro, como o Carlos adiantou em seu comentário, cobra algo em torno de R$ 6 por megabyte.
Agora, quanto vai custar para ler um email por celular ou checar o saldo nessa relação de R$/MB? A tabela abaixo, encontrada no site da TIM, dá uma boa idéia.
1MB = 1000KB e 1GB = 1024MB
E aí fica o consumidor de classe-média naquele dilema shakespeariano, usar ou não usar, eis a questão...
Para as operadoras, uma dica redundante: a oferta de pacotes mais acessíveis aumentaria consideravelmente a popularidade e uso do tráfego de dados - o que potencializaria bastante a faixa de lucro com o serviço.
Divagações pessoais: se as operadoras não investem na popularização desse serviço AINDA é provável que suas redes não tenham condições de suportar maior demanda... Mas vamos brincar de empreender, investir em banda larga sem fio e baixar o preço do serviço, porque com 92 milhões de usuários de celular no Brasil o retorno dos investimentos é garantido!
quinta-feira, agosto 31, 2006
segunda-feira, agosto 28, 2006
Quem entende o ministro Hélio Costa?
Por Manuela Allain Davidson
O tapetão debaixo do Hélio Costa não me sai da cabeça. Acho que um dia vai sair tanto bicho dali... Como os conterrâneos mineiros dele diriam, ô homi difícir de entendê, sô. Uma hora o ministro faz a maior força em prol do monopólio de TV terrestre. Na outra, quer forçar a Anatel a aceitar operadoras de telefonia fixa como novos players do mercado de banda larga sem fio WiMax. E está pronto pra fazer valer a sua autoridade – mesmo que ameaçando a sobrevivência da agência reguladora.
Deixa eu me explicar melhor. Na novela da TV digital, muita gente cansou de dizer que abrir o mercado para as empresas de telecom aumentaria o poder de oferta de serviços interativos para a população brasileira. Até porque a TV não tem como ser um meio interativo se não houver canal de retorno para que o cidadão que está em casa também se torne um emissor de conteúdo. O que chamam de interatividade local é download de conteúdo e ilusão de participação para o usuário.
Pois bem, as empresas de telecom ficaram fora dessa e o Brasil adotou um padrão que tecnologicamente vai custar mais caro para a população. O Blog da TV Digital, listado no menu à direita, traz muito mais detalhes dessa pendenga e todos os seus entraves legais. Recomendo a leitura aos mais curiosos.
Mas aí vejam só... Agora o ministro quer abocanhar para as telcos um mercado que a rigor não lhes diz respeito. Tá mais difícil de entender a que santo ele se devota do que antecipar os movimentos do audaz agente da UCT de Los Angeles, Jack Bauer, na terceira temporada da série de TV 24 Horas (grande ganhadora do Emmy 2006).
Nesta edição do show, Bauercomeça prendendo um criminoso que depois ajuda a escapar e alia-se ao sujeito em troca de US$ 15 milhões. Mas na verdade tudo era uma manobra para usar o tal cara como isca para criminosos ainda mais perigosos. Bauer pelo menos a gente já entendeu. Mas pra entender Hélio Costa vamos ter que afastar os móveis e dar uma olhadinha em baixo do tapete dele mesmo.
GOOGLE ANALYTICS
Depois do Adsense e AdWord, o MADPixel agora também adotou o Google Analytics. Para os que ainda não conhecem a ferramenta – porque passou a ser oferecida gratuitamente há pouquíssimo tempo – fica a dica.
A engenhoca nos permite controlar o tráfego de acesso por períodos definidos por nossa equipe (dia, semana, mês...) e acompanhar quais páginas estão motivando navegação dos nossos leitores/internautas. Também nos diz de onde os leitores estão vindo (Google, Orkut, emails, digitando o endereço no browser, enfim...). É uma ótima ferramenta de gestão para empreendedores online.
Graças ao Analytics, descobrimos que estamos sendo lidos em sete cidades dos EUA, duas da Europa (Espanha e Inglaterra) e dezenas de cidades brasileiras que eu nunca tinha ouvido falar. São o caso de Inhumas, Cariacica, Goiabeiras e Galópolis, por exemplo. Obrigada pela audiência, gente!
SERVIÇO
» Google Analytics
Por Manuela Allain Davidson
O tapetão debaixo do Hélio Costa não me sai da cabeça. Acho que um dia vai sair tanto bicho dali... Como os conterrâneos mineiros dele diriam, ô homi difícir de entendê, sô. Uma hora o ministro faz a maior força em prol do monopólio de TV terrestre. Na outra, quer forçar a Anatel a aceitar operadoras de telefonia fixa como novos players do mercado de banda larga sem fio WiMax. E está pronto pra fazer valer a sua autoridade – mesmo que ameaçando a sobrevivência da agência reguladora.
Deixa eu me explicar melhor. Na novela da TV digital, muita gente cansou de dizer que abrir o mercado para as empresas de telecom aumentaria o poder de oferta de serviços interativos para a população brasileira. Até porque a TV não tem como ser um meio interativo se não houver canal de retorno para que o cidadão que está em casa também se torne um emissor de conteúdo. O que chamam de interatividade local é download de conteúdo e ilusão de participação para o usuário.
Pois bem, as empresas de telecom ficaram fora dessa e o Brasil adotou um padrão que tecnologicamente vai custar mais caro para a população. O Blog da TV Digital, listado no menu à direita, traz muito mais detalhes dessa pendenga e todos os seus entraves legais. Recomendo a leitura aos mais curiosos.
Mas aí vejam só... Agora o ministro quer abocanhar para as telcos um mercado que a rigor não lhes diz respeito. Tá mais difícil de entender a que santo ele se devota do que antecipar os movimentos do audaz agente da UCT de Los Angeles, Jack Bauer, na terceira temporada da série de TV 24 Horas (grande ganhadora do Emmy 2006).
Nesta edição do show, Bauercomeça prendendo um criminoso que depois ajuda a escapar e alia-se ao sujeito em troca de US$ 15 milhões. Mas na verdade tudo era uma manobra para usar o tal cara como isca para criminosos ainda mais perigosos. Bauer pelo menos a gente já entendeu. Mas pra entender Hélio Costa vamos ter que afastar os móveis e dar uma olhadinha em baixo do tapete dele mesmo.
GOOGLE ANALYTICS
Depois do Adsense e AdWord, o MADPixel agora também adotou o Google Analytics. Para os que ainda não conhecem a ferramenta – porque passou a ser oferecida gratuitamente há pouquíssimo tempo – fica a dica.
A engenhoca nos permite controlar o tráfego de acesso por períodos definidos por nossa equipe (dia, semana, mês...) e acompanhar quais páginas estão motivando navegação dos nossos leitores/internautas. Também nos diz de onde os leitores estão vindo (Google, Orkut, emails, digitando o endereço no browser, enfim...). É uma ótima ferramenta de gestão para empreendedores online.
Graças ao Analytics, descobrimos que estamos sendo lidos em sete cidades dos EUA, duas da Europa (Espanha e Inglaterra) e dezenas de cidades brasileiras que eu nunca tinha ouvido falar. São o caso de Inhumas, Cariacica, Goiabeiras e Galópolis, por exemplo. Obrigada pela audiência, gente!
SERVIÇO
» Google Analytics
sábado, agosto 26, 2006
Menos Planetas, mais Mundos
Por Fabiano Gallindo
Uma coisa que o ser humano é exímio é na arte de destruir. Destruimos casas, pontes, fábricas, regiões e populações inteiras com o apertar de um botão. E, a partir de agora, também destruímos planetas!
Numa reunião de astrônomos na última quinta-feira (24), em Praga, na longínqua porém linda Tchecoslováquia, decidiram acabar com Plutão. Nos meus idos de 1970, quando aprendia que o sistema solar era composto de nove astros e recitava com orgulho em festas de família o nome de todos eles de mercúrio a P!, nem imaginava que em 2006 o planetinha e sua lua Caronte (Caronte?) deixariam de existir.
Essa definição é uma proposta de uma Rede. Isso mesmo, de uma rede de especialistas chamada União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês), internacionalmente reconhecida como a autoridade responsável pela nomenclatura de estrelas, planetas, asteróides e outros corpos celestes e fenômenos na comunidade científica. Bruno Latour na sua Teoria do Ator Rede (Ciência em Ação, 1994) já nos apresentava que uma idéia por si só não é defensável, nem mesmo existe, precisa de um conjunto de atores humanos e os não humanos, estes últimos devido ao seu vinculamento ao princípio de simetria generalizada. Uau! Você me perguntaria "Eu existo?". Sim, por enquanto.
A boa parte dessa história é que, do mesmo jeito que uma Rede de Atores pode "destruir" Planetas (vide, P!), também pode criar Mundos.
Jogos on-line ou jogos eletrônicos via Internet são os nossos mundos virtuais. Neles, um participante com um computador ou vídeo-game conectado à rede pode jogar com outros sem que precisem estar no mesmo ambiente. Sem sair de casa, o jogador pode desafiar adversários que estejam em outros lugares do país, ou até do mundo (real, real?).
Milhares de jogadores se divertindo pela Rede (Internet), tecnologia consolidada. Para onde ir? É possível evoluir ainda mais? Sim. E essa evolução chama-se MMORPG (Massive Multiplayer Online Role Playing Game) e são jogos do tipo RPG que reúnem multidões numa mesma partida. Você é lançado num Mundo virtual (geralmente idade média) e joga com trezentas, três mil, trinta mil pessoas.
Esses jogos geralmente são pagos (mensalidades) e costumam até servir de meio de sociabilização virtual: os jogadores se casam, constróem casas, arrumam trabalho etc. Os mais conhecidos MMORPGs são: Ultima Online, Everquest, Star Wars Galaxies, RuneScape, Phantasy Star Online, Ragnarok, World of Warcraft e Tibia.
Desktop? Lan Houses? Computador preso à parede? Que nada, na Coréia e na China através de celulares e handhelds você é avisado a qualquer hora do dia (e da noite) quando o exército inimigo bate a sua porta ou quando a vizinha do "lado" quer fazer um troca-troca. As TELES estão amando, o número de short messages (SMS) trocadas por jogadores inveterados ultrapassa os milhões de dólares e a tendência é crescer.
Pesquisas estão sendo feitas e a TV Digital Interativa parece ser um campo fértil para a construção desses novos mundos. Tele-trabalho, tele-presença com alta velocidade e alta resolução. Bytes e Bits transformados em paisagens fictícias, históricas ou cenários que nos lembram salas de aula, ruas de Pompéia ou planetas que deixaram de existir.
Quem sabe eu e você, um dia, não nos encontramos num Mundo chamado Plutão?
sexta-feira, agosto 25, 2006
"Ave, iPod": o império está ameaçado
Por Anna Dias
Cada dia é mais difícil prever se o império Apple será capaz de manter as exorbitantes cifras de 70% do mercado mundial de reprodutores portáteis e 90% do mercado legal de música online. Uma imprevisibilidade que nao se deve apenas ao Zune (reprodutor da Microsoft com lançamento previsto para antes desse Natal). Navegando por aí, aqui estao algumas notícias de outros "Césares" ou, mais realisticamente, concorrentes:
- Acaba de sair do forno um novo reprodutor de música, vídeo e imagens da empresa norte-americana SanDisk: Sansa e280. Assim, a companhia pretende fazer concorrência direta ao iPod Nano da Apple, de preço similar mas que possui uma capacidade máxima de 4Gb. O Sansa conta com uma memória 'flash' 8Gb que pode ser ampliada a 10 com um cartao de memória.
- Nokia, líder mundial de celulares, também quer discutir a hegemonía da dobradinha iPod-iTunes. Acaba de pagar 60 milhoes por Loudeye, empresa especializada em dispositivos de descarga musical pela internet.
- De terras alemas vem a Hundertelf GmbH, uma pequena companhia de internet da cidade de Colônia, que lança o novo serviço móvel de podcast, chamado Cellcast. Com ele os usuários poderao ligar de um celular, gravar uma mensagem ou música e disponibilizar na internet. O conteúdo fica gravado na caixa de mensagens, depois, convertido em MP3, armazenado no servidor do Cellcast para ser transferido ao servidor que o usuário desejar. Melhor de tudo é gratuito.
Pois é, imperadores e suas eras. Ainda bem que toda ameaça de fim de império pode ser aproveitada como uma oportunidade libertadora. Nesse caso, mais possibilidades de acessar, produzir e disponibilizar conteúdos com vozes cada vez mais próprias e diversificadas.
Portanto, "Alea iacta est" ou "A sorte está lançada", diria Julio César.
quarta-feira, agosto 23, 2006
Podcast influencia nova geração de TV digital
Por Manuela Allain Davidson
A Anna estava falando dia desses sobre podcast e eis que eu me deparo com essa preciosidade. O texto que vocês vão ler a seguir é uma tradução livre (com leves adaptações) e revela como o podcast é chave no desenvolvimento da próxima geração de STB para IPTV
Mais de seis por cento dos adultos dos Estados Unidos, ou cerca de nove milhões de internautas, baixaram podcasts nos últimos 30 dias, segundo pesquisa recente divulgada pela Advanced-Television.com. Em menos de dois anos desde que a febre dos podcasts começou, essa tecnologia de rápido crescimento tornou-se uma ferramenta necessária a comunicadores, vendedores de mídia moderna e anunciantes, de acordo com ‘The Economics of Podcasting’, de Larry Gerbrandt, analista de mídia sênior da Nielsen Analytics.
Segundo Gerbrandt, o verdadeiro valor do podcasting reside fora da indústria de mídia, como um importante meio de comunicação em negócios, educação e política - áreas onde blogs como o nosso MADPixel, por exemplo, já fincaram raízes. Avanços em formatos RSS e a expansão do acesso a banda larga tornariam possível reunir uma vasta gama de conteúdo em texto, áudio e vídeo através de um espectro cheio de plataformas de mídia. "Mas, como em muitas outras formas de tecnologia, é provável que sejam os consumidores quem decidirão sobre o seu futuro", diz Gerbrandt.
"De fato, é possível que podcasting - especialmente vídeo podcast - possa se tornar um meio padrão para a distribuição de conteúdo para a próxima geração de set-top boxes que estão sendo desenvolvidas para conectar a TV à Internet. Os equipamentos serão essencialmente PCs mas vão ser adaptados a uma interface específica com displays de TV. Em algum momento eles deixarão de ser chamados de podcasts - um termo que sugere que eles só podem ser acessados através de um iPod.
Gerbrandt destaca que qualquer PC capaz de reproduzir áudio/vídeo tem a habilidade de receber e rodar podcasts. "Como o que realmente diferencia podcasts nas transmissões streaming de áudio e vídeo e no download desses arquivos é a capacidade de sindicância, o uso crescente de tags de conteúdo e RSS pode determinar o uso da tecnologia de podcasting na próxima geração de STB e equipamentos portáveis/móveis", conclui.
GLOSSÁRIO
IPTV - forma de transmissão e recepção dos sinais de TV que usa o protocolo da Internet
TV Digital - é a velha e boa tevê, com imagens, áudios e dados recebidos em pacotes de informação digital por um conversor doméstico (STB).
Podcast - método de distribuição de arquivos multimídia através da Internet, usando os formatos de sindicância Atom ou RSS. O nome é variação do famoso MP3 player da Apple.
Blog - vem da combinação das palavras Web e log. No bom e velho português, é um registro na Internet.
Set-top boxes (STB) - é o conversor de dados da TV digital, quem tem tevê por assinatura em casa já conhece.
PC - computador pessoal.
iPod - o MP3 Player da Apple (que agora já é até MP4 Player e também reproduz vídeos e programas de TV com perfeição).
Streaming - tecnologia que permite o envio de informações multimídia através da Internet. Em conexões de banda larga, a velocidade é tão elevada que dá a sensação de transmitir áudio e vídeo em tempo real.
segunda-feira, agosto 21, 2006
A revolucionária Piraí Digital
Por Fabiano Gallindo
Piraí é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. Localiza-se na microregião do Vale do Paraíba Fluminense na mesoregião do Sul Fluminense, a uma latitude 22º37'45" Sul e a uma longitude 43º53'53" Oeste, estando a uma altitude de 387 metros. Sua população estimada em 2004 era de 23.676 habitantes.
Possui uma área de 506,71 km² e é subdividido nos distritos de Piraí (sede), Vila Monumento (2º distrito), Arrozal (3º distrito) e Santanésia (4º distrito).
Até aí muito bem obrigado, podia estar num Globo Repórter ou Discovery Channel, o problema é, que não é problema nenhum, Piraí é o primeiro município brasileiro totalmente digital!
Ganhou prêmios internacionais, Prêmio Gestão Pública e Cidadania da Fundação Ford e FGV-SP em 2001, Prêmio de Melhor Projeto de Cidades Digitais de cidades de pequeno porte da América Latina - AHCIET/ICA - 2004 e melhor iniciativa pública no planejamento e desenvolvimento de uma região com infra-estrutura tecnológica wireless pela W2i em 2005.
Todos seus habitantes, todos mesmo, tem um CPF e e-mail. Alfabetização 100% e índice de desemprego beirando a zero. O Prefeito Paulo Dias Pezão provocou um maremoto digital na região quando cerca de 1.200 pessoas foram demitidas em meados da década de 90, com a privatização da Light - empresa de fornecimento de energia elétrica do estado do Rio de Janeiro.
De lá pra cá, estruturou-se um programa de desenvolvimento local gerando, em quatro anos, um número de postos de trabalho equivalente ao de desempregados. Através do condomínio industrial, da formação do pólo de piscicultura e de cooperativas, o município deu a volta por cima absorvendo mão-de-obra e fornecendo a todos os seus habitantes acesso a Internet gratuita via wireless - redes "mesh" por acaso. Água potável que não falta, Pezão peitou a CEDAE - companhia estadual de águas e cobrou impostos que pagaram todas as antenas de Internet da cidade.
Ensino público, bibliotecas digitais, desburocratização via Internet etc. Todo mundo tão feliz que até em janeiro deste ano os carros alegóricos trouxeram antenas parabólicas e pessoas pintadas de prateado fazendo movimentos que lembravam mais robôs que passistas de escolas de samba numa super festa tradicional.
O modelo de Piraí é público, o difícil é reproduzir seus instintos únicos em outras localidades, vale muitas teses de sociologia, antropologia e desenvolvimento social. Como disse uma vez Castels, "a história que determina a tecnologia". No caso de Piraí acho que a conformação é única, algo que ultrapassa os limites teóricos da sinergia governo-universidade-empresa (triple helix, ver Etzkowitz e Leydesdorff) mas tem algo a mais, humano por acaso, característico das emoções envolvidas, bem brasileiro ("Teoria do Abraço" ou Network Analysis, Fas.Research). Um prefeito do barulho, pessoas ávidas por um emprego, fome de Internet e algo a mais que pode e deve ser reproduzido pelo Brasil afora.
Moral da história como dizia Milton Friedman, prêmio Nobel de economia, "the most important ways in which I think the Internet will affect the big issue is that it will make it more difficult for government to collect taxes". Numa época em que se começa uma revolução de dentro da cadeia com um telefone celular de R$ 49,00 só temos a dizer "Bem vindo ao universo do real".
sexta-feira, agosto 18, 2006
Podcast: uma conversa ao pé do ouvido do consumidor
Por Anna Dias
Foi assim com os blogs. Os diários virtuais se popularizaram entre os internautas para, então, serem vistos como "sérios" por empresas e grupos de mídia. Neste caminho, estão atualmente os Podcasts. Cada dia mais presentes no relacionamento entre empresas e clientes.
No Brasil, pra citar alguns exemplos, a prefeitura de São Paulo atualiza os cidadãos com informações sobre a administração do município com reportagens, entrevistas e pronunciamentos. Também em nosso território é possível ver empresas dedicadas à produção de conteúdos para essa nova mídia.
Heineken, a cerveja "canarinha" Kaiser, General Motors, Microsoft. Todas elas, adeptas a possibilidade de falar ao "pé do ouvido" do consumidor. Embora seja uma mídia recente (com data de nascimento em 2004), a maior parte dos experts em internet e marketing estão de acordo com relação ao potencial oferecido pelo Podcast como canal de comunicação para as audiências internas e externas.
Na Escócia, hospitais - Glasgow Royal Infirmary e sua unidade neonatal Princess Royal Maternity Hospital - escolheram reprodutores de mp3 para formar os novos integrantes da equipe. Os "novatos" visitam as instalações do centro hospitalar atentos às informaçoes sobre os cuidados que devem tomar na prevenção de infecções ou a melhor maneira de mover os pacientes na cama.
A produção e divulgação descentralizadas de conteúdo oferecidas pelas novas mídias transferiram ao usuário possibilidades de escolha. Mas não apenas isso. Ao contrário dos meios de comunicação de massa, que centralizam o poder de emissão dos conteúdos num só sentido (de um pra todos), as novas tecnologias permitem um fluxo diferenciado (de todos para todos).
Qualquer um com um microfone e um software de edição de áudio (gratuitos e facilmente encontrados na rede) pode produzir diretamente um programa de rádio (ou qualquer outro arquivo sonoro: livros, poemas, rotas turísticas, material didático). E não apenas produzir. Emitir direto na Web pra quem quiser ouvir: no momento que quiser e onde bem entender.
Aqui na Espanha, tradicionais meios de comunicação também se somaram à lista de empresas "podcastiadas". No caso do jornal El Mundo, Rosa, uma máquina, ou melhor, um assistente de leitura automática é a locutora. Trabalha durante as 24 horas do dia para ler as manchetes atualizadas a cada instante. A inovação, permite que a informação seja acessada por um coletivo mais amplo de usuários: pessoas com dificuldades de leitura ou com capacidades sensoriais limitadas (deficientes visuais, terceira idade, etc).
A propósito, o que vocês andam encontrando de interessante sobre isso? Alguma dica?
segunda-feira, agosto 14, 2006
Nokia segue os passos do YouTube
Depois do YouTube na Web, agora é a vez dos celulares virarem plataforma de produção e divulgação de vídeos em massa. A Nokia anunciou esta semana o lançamento de um curta-metragem produzido pelo ganhador do Oscar Gary Oldman. Até aí, nada de novo. A novidade é que Oldman filmou a peça no novo Nokia N93 (foto), um aparelho de celular que ainda não se decidiu se é filmadora, computador multimídia ou simplesmente telefone.
Crises de identidade à parte, a estréia do curta de Oldman, batizado como Donut, marca o lançamento da plataforma Nokia NSeries Studio. Uma decisão de marketing poderosa que prova que a empresa finlandesa não tem tempo ($) a perder nem é besta de ignorar a crescente demanda por plataformas e mídias interativas. O Donut de Oldman pode ser o doce favorito dos policiais norte-americanos mas o seu grande atrativo no momento é que ele estará inaugurando a comunidade de filmes móveis online da Nokia.
A idéia é encorajar aspirantes a diretores a exibirem no Nokia NSeries Studio suas peças e, claro, vender o peixe dos novos aparelhos móveis que a empresa lança no mercado. Os uploads de vídeo podem ser feitos a partir de um computador ou do próprio telefone. Tal como no YouTube, a iniciativa deve estimular amadores, curiosos e profissionais a pintarem-o-sete com apenas - atualizando a frase do brilhante Glauber Rocha - algumas idéias na cabeça e um celular na mão.
SERVIÇO:
» Nokia NSeries Studio
» YouTube
sexta-feira, agosto 11, 2006
TV móvel chega a meio bilhão de usuários até 2011
Esse papo de TV móvel ainda é novidade por aqui, mas no resto do mundo - Europa, América do Norte, Ásia, Oceania - o uso dos aparelhinhos com acesso a programas de tevê transmitidos ao vivo ou sob demanda cresce em proporções animadoras.
Um estudo recente divulgado pela IMS Research afirma que quase meio bilhão de pessoas (e olha que somos 6 bilhões no planeta!) estarão assistindo TV pelo celular até o ano de 2011. Por Terra Brasilis, especificamente na região Nordeste, a TIM foi a primeira a se aventurar na distribuição de programas de tevê por celular usando GPRS [General Packet Radio Service]. Em linhas gerais, a tecnologia permite conexão contínua sem fio com redes de dados e acesso a serviços de informação e entretenimento.
A Claro e Oi também usam a tecnologia para incrementar os serviços oferecidos aos clientes. Mas entendem que transmissão televisiva requer uma estrutura mais robusta, de banda larga. Quando fui comprar o telefone celular do maridão na Claro, perguntei sobre os serviços de televisão móvel. O atendente me disse que o lançamento do serviço já foi adiado algumas vezes pela operadora, mas que nos próximos meses ele estaria disponível.
Imagino que tenha a ver com a adoção do EDGE, uma tecnologia 'de ponta', como o próprio acrônimo sugere, usada por celulares de 2,5G. O EDGE, ou Enhanced Data Rates for Global Evolution, permite às redes GSM suportar e oferecer serviços de dados de alta velocidade (384 kbps). Bom mesmo vai ser quando a gente sair dessa geração intermediária de celular e entrar oficialmente na população 3G, com as transmissões de dados feitas por UMTS, o sistema de telecomunicação móvel universal.
Diga-se de passagem, esse UMTS foi testado durante a Copa da Alemanha e muita gente que pensou que poderia facilmente substituir o 'tererê no ouvido' - o radinho de pilha - por ele, ficou xingando o serviço. Isso porque a rede de cobertura não estava 100% e área de sombra interrompe qualquer serviço na telefonia móvel.
NAVEGAÇÃO
Por ser uma nova plataforma de difusão televisiva, no entanto, as operadoras e provedores de conteúdo precisarão ter certos cuidados para garantir a facilidade de acesso pelo usuário. A imagem lá de cima, da MobiTV - empresa presente nos EUA, Reino Unido e outros países de língua inglesa - dá dicas da importância, por exemplo, de um EPG, ou guia de programação eletrônico. É na verdade uma tela de informações navegável através dos botões de comando do celular.
Stephen Froenlich, um dos autores do estudo da IMS Research, vai além. "Se os provedores fornecerem conteúdo atrativo de forma eficiente, com qualidade de recepção e baixo custo, então cada novo assinante (usuário) de TV móvel vai se transformar num evangelizador da TV móvel. Contudo, para transformar clientes em evangelizadores, os provedores de serviços de TV móvel e seus parceiros comerciais precisam investir em infraestrutura e tecnologia para possibilitar uma ampla cobertura populacional e ao mesmo tempo boa recepção em ambientes fechados".
PROJETO ADSENSE
Ontem segui a dica do amigo Gus e inscrevi o MADPixel no AdWords. Sem enrolação, isso quer dizer que agora o MADPixel não só expõe os anúncios do Google através do AdSense, como também se anuncia no gigante de pesquisas mundiais via AdWord.
Ainda não deu pra sentir o impacto da medida, até porque o investimento foi proporcional ao volume do conteúdo que temos no ar no momento. Mas fechamos o dia de ontem com 89 visitantes únicos e notei que os acessos às páginas de perfis dos contribuintes do blog cresceram bem. Quanto ao dinheiro, o BigMac do fim do mês está começando a tomar forma! Quem dá mais? :)
quarta-feira, agosto 09, 2006
AdSense: bom senso empreendedor para censo de mercado
Imagino que vocês, como eu, cresceram ouvindo que ninguém aprende nada se não estudar. Ou que a melhor forma de aprendizado é a de tentativa e erro. Não sei se é por isso, porque sou jornalista, ou ainda pior, porque sou mulher e toda mulher sofre de um mal universal conhecido como curiositatis accutis que eu peguei essa mania de 'pagar pra ver'. No caso do AdSense, ser paga para ver.
Esse banner azul daí de cima é a mais recente novidade do MADPixel Mundo Digital. Já que não dá pra ficar milionária com a Mega Sena, quem sabe os anúncios do Google não me deixam pagar pelo menos o BigMac do mês ou o filminho da semana? Um conhecido de um conhecido meu (eu conto o milagre mas não revelo o santo) abocanhou recentemente um cheque de US$ 550 com os anúncios AdSense veiculados em seu site de fofocas televisivas. Nada mal, hein? Pena pra ele que o dólar anda em baixa ;).
Minha resistência inicial em aderir ao AdSense foi vencida por sugestão de amigos leitores do blog. Como jornalista, acredito que associar anúncio a informação é sempre uma coisa meio cabulosa e não queria ficar de rabo-preso na Web. Mas depois de ler o pequeno contrato do Google e ponderar um pouco, achei que seria uma experiência interessante. Especialmente para um blog que se propõe a dissecar novas mídias e devaneia quanto a aplicações tecnológicas.
Enquanto o Google usa o AdSense para oferecer anúncios direcionados a nichos específicos de mercados, eu estarei usando o AdSense como uma aula prática de empreendedorismo online. E não se preocupem, como a idéia do MADPixel é compartilhar e multiplicar informação, deixarei vocês postados sobre a evolução da empreitada.
Pra princípio de conversa, notem que o banner do alto é de serviço público (campanha para angariar doações para as vítimas dos furacões que atingiram os EUA do ano passado pra cá). Apesar de ser uma campanha digital de finalidade nobre, o conteúdo publicitário não tem nada a ver especificamente com o mundo digital de que trata o MADPixel. Isso é porque o blog estará sendo avaliado nos próximos dois dias pelos administradores do AdSense e só depois disso seremos aceitos - ou não - como mídia digital aprovada para distribuição de anúncios comerciais específicos.
O AdSense é uma ferramenta de censo de mercado do Google. Com a adoção dessa tecnologia, administradores ou editores de sites, blogs e companhia limitada veiculam anúncios setorizados e são pagos de acordo com o uso do espaço e a performance dos anúncios.
Quem tem Gmail (a caixa postal 'gygantesca' do Google) já está acostumado a receber com suas mensagens uma série de links que parecem acompanhar o conteúdo do e-mail recebido. Isso é viabilizado pela 'varredura' de conteúdo que a empresa de pesquisas faz nas mensagens de seus usuários - a mesma utilizada pelo AdSense nos sites que se candidatam a parceiros.
É essa contrapartida publicitária que possibilita ao Google disponibilizar o número de caixas postais que mantêm, com espaços de 2GB por usuário. E está tudo amparado pela lei. No contrato de adesão, os usuários abrem mão de sua privacidade, autorizando o Google a fazer o scan de informações e enviar anúncios/links relativos junto às mensagens que recebem.
Inteligente...? Muito!
Quem quiser saber mais ou aderir ao serviço, fica o link:
» AdSense
quinta-feira, agosto 03, 2006
Recife no centro das pesquisas de TV móvel
Na semana passada a finlandesa Nokia finalmente saiu da moita, como dizemos aqui no Recife. Brincadeiras a parte, o que a multinacional de comunicações fez foi anunciar oficialmente a abertura de um centro de pesquisa e desenvolvimento na capital pernambucana que deverá, entre outras coisas, investir pesado em construções e desconstruções de TV Móvel - e Internet móvel também, claro.
TV digital, independente da plataforma (satélite, cabo, terrestre, Web ou móvel) é mesmo um assunto que está com a bola toda no Brasil. E quem é besta de perder esse filão de negócios que ganha força no País depois de uma década de indecisões e falta de informação?
Mas meu 'sentido aranha' alerta que há algo mais vindo por aí em termos de convergência de mídia. Lembram que no meu último post eu mencionei que a Nokia havia feito parceria com uma grande empresa de smartcards para oferecer serviços diferenciados - como transformar o seu aparelho de telefone celular em um cartão de crédito ou vale-transporte digital?
O depoimento que o Aldenor Martins, gerente de Tecnologia do Instituto Nokia de Tecnologia (INdT), deu ao Jornal do Commercio na quarta (02/08/2006) deixa claro algumas intenções da empresa no Recife. “Nossas pesquisas são voltadas principalmente para as áreas de multimídia, jogos e entretenimento, voz sobre IP, conectividade, plataformas, mas principalmente TV digital”. Mas pra mim há outras pistas nas entrelinhas do que falam sobre conectividade. "Serão estudadas as áreas de WiFi, Bluetooth e Universal Plug and Play (UpnP)".
Claro que sou entusiasta com o que os 35 pesquisadores - que já trabalham entocados no INdT Recife há mais de um ano - estão desenvolvendo (e louca pra me juntar a eles). Mas minha cabeça infante não consegue deixar de imaginar cenas surreais - mas tecnologicamente possíveis - como esta que narro a seguir.
Convenhamos que o celular é um bichinho danado de popular. Até os flanelinhas do centro da cidade circulam devidamente equipados para atender por telefone solicitações de clientes (extorquidos) por vagas de estacionamento. Daqui a pouco, ao invés de exigir os R$ 2 em espécie pela folhinha da Zona Azul (que em qualquer outro ponto do Recife custa apenas R$ 1) a máfia dos flanelas poderá começar a cobrar em transferências eletrônicas de celular pra celular. Ou pior, a bandidagem descobre que não precisa mais bater carteira, basta conectar discretamente celulares por infra-vermelho, wi-fi, bluetooth ou sei lá mais o quê e... era uma vez o seu dinheiro!
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