segunda-feira, setembro 25, 2006

Cicarelli abala as estruturas da Web
Por Manuela Allain Davidson

Flagrante ou exibicionismo?

A ex-esposa-número-dois do atacante Ronaldo, Daniela Cicarelli, me fez o favor de comprovar a teoria de que nada em nenhum meio de comunicação se propaga e vende mais rápido do que sexo. É bem verdade que a modelo e apresentadora da MTV não sabia que estava sendo filmada. Mas por ser uma personalidade pública ela deveria ter imaginado que em qualquer praia da Europa há sempre um Paparazzo em alerta. Lembram do post em que falávamos de TV portátil com conteúdo adulto? Aposto que muita gente recebeu a aventura da modelo no celular.

Para quem ainda não sabe, há uns dez dias a Daniela Cicarelli e seu namorado Tato Malzoni foram flagrados trocando carícias pra lá de íntimas em público, numa praia da Espanha. E a coisa esquentou de forma tal que o casal foi se 'refrescar' no mar e, depois de alguns minutos, algo mais veio à superfície. O namorado dela até tentou disfarçar, cobrindo a parte do corpo com sargaço quando saiu da água. Mas o cameraman e suas lentes foram implacáveis.

Como já era de se esperar, o vídeo se espalhou pela Web rapidamente. E o YouTube, claro, teve inúmeras versões do fato replicadas em seu servidor. Vídeos com o nome e a cara de Cicarelli tiveram mais de 175 mil visualizações da noite pro dia e alguns deles estão desaparecendo do mapa - por terem 'violado a norma de conduta do YouTube'.

Alguns usuários da rede fizeram montagens com a música da Tati Quebra-Barraco ("Tô ficando atoladinha...") e outros pegaram carona na paixão febril da apresentadora só para gerar hits em seus vídeos que NADA tinham a ver com a estória. Me explico. Imagine que alguém fez um vídeo na frente de um quadro de aula, dizendo nada com nada, mas nomeou o arquivo como Cicarelli e, para completar, descreveu o vídeo como 'cenas tórridas de amor à beira-mar'. São internautas que já aprenderam a lição primeira de marketing online: provocar o público-alvo e incitar a navegação.

Como jornalista, acho mesmo que a estória é notícia. Sensacionalista, é verdade, pela reação que causa nos que têm acesso à informação e também pelo fato da Daniela não ter sido a primeira - nem a última - a se deixar levar pela sedução do mar. Como mulher, me solidarizo com a dor que deve ser ter sua privacidade destruída - e também pelos contratos publicitários que ela perdeu logo depois que o vídeo foi ao ar. Mas como pesquisadora de mídias digitais e empreendedora online, sinto-me compelida a dar o mapa da mina a vocês.

Só peço que depois de materem sua curiosidade voltem aqui no MADPixel e deixem sua opinião. Não sobre a performance da Daniela, claro. Mas sobre o consumo desse tipo de conteúdo, sobre a ética profissional envolvida em casos como o do paparazzo espanhol e se vocês pagariam para alimentar o voyerismo. O que vier à cabeça de vocês tá valendo.

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'O mapa da mina'

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