segunda-feira, julho 31, 2006



Celular: fim das filas do Banco do Brasil?


A nova campanha publicitária do Banco do Brasil é de tirar o fôlego. Um banco inteiro dentro de um aparelho de telefone celular? Bendita tecnologia GSM que, enfim, deixa o WAP mostrar a que veio nesse mundo digital. Só de imaginar que uma tecnologia como essas possa reduzir o volume de gente que se acumula em filas de agências ou caixas eletrônicos do BB consigo visualizar um adeus poético àquela sensação claustrofóbica que sinto ao avistar o azul e amarelo quando alguém com quem saio precisa 'ir ao banco'.

Confesso que estou curiosa para testar essa maravilha tecnológica. E torço para não me decepcionar. Dia desses eu estava vasculhando o celular do meu marido atrás do conteúdo interativo da Claro (Idéia) e tentei baixar uma foto e um mini-video. Um custava R$ 1,10 e o outro R$ 2,30. Resolvi pagar pra ver mas fiquei só na vontade. Nas minhas duas tentativas, a transmissão de dados via GPRS mal conseguiu completar 5% do download e foi interrompida. O que eu ainda não sabia é que seria cobrada por um serviço que contratei mas não recebi. Ao que parece, a estrutura de logística de faturamento dos conteúdos disponíveis nos espaços WAP da Claro está muito bem definida, mas não pensou muito no consumidor.

O usuário recebe a mensagem de custo do serviço, contrata... mas não necessariamente recebe o produto. A conta, por outro lado, é outra história. Pode ter certeza que na próxima fatura a cobrança estará lá. Não discuto a ética da empresa, mas a arquitetura informacional que gerou esse gap de informação e descontentamento. A lição serve para qualquer empresa que planeje comercializar conteúdo ou serviços por dispositivos móveis: ao invés de faturar no início do download, a mensagem de cobrança só deve ser encaminhada para a conta do consumidor quando a operação solicitada for devidamente concluída. Mas é errando que a gente aprende, certo? Vou atrás do pessoal da Claro e ver o que eles têm a me dizer sobre isso.

No mesmo filão de transações eletrônicas por celular, o novo buxixo é a tecnologia que vai transformar nossos telefones em cartões de crédito associando smartcards a chips de celular. A Nokia, por exemplo, anunciou parceria com a fornecedora de smartcards Giesecke e Devrient, no início de julho, para que os aparelhinhos produzidos pela empresa filandesa possam atuar não só como cartão de crédito mas também como 'vale-transporte', com créditos baixados da Internet diretamente para o telefone.

A tal tecnologia foi batizada de 'near-field communications' (NFC), ou 'comunicações de campo aproximado'. "Nós estamos combinando duas tecnologias do futuro - telefones celulares e os seguros e impenetráveis smartcards. Acreditamos que a plataforma de gerência de chips seguros oferece vasta oportunidade para novos mercados", disse o chefe executivo da GeD, Karsten Ottenberg em entrevista ao AustralianIT.com.

A teoria da convergência de mídia é mesmo algo excitante. Estou ansiosa para ver a prática se equiparar a ela.

5 comentários:

Anônimo disse...

Porra de celular nenhuma!
Esse BB é uma merda!
Como é que tu vai depositar dinheiro por celular?
Enfiando pela antena, ou pela bateria?

Anônimo disse...

Manu... isso de transformar celular em cartão de crédito já é realidade no Japão há alguns anos. Lá os caras desenvolveram a plataforma iMODE, onde através de infra-vermelho vc pode comprar, passear de metrô... enfim, fechar negócios via celular. É o chamado Waletphone. Um amigo meu desenvolveu e implantou esse tecnologia na rede de transporte de Lisboa. O problema é que o usuário compra créditos para poder usá=los pelo celular. E aí sim, poder usar na rede transporte. è algo complicado aqui no brasil, visto que as operadoras querem que vc gaste 25/50 reais em ligações. e não em transporte, por exemplo. é como se usuário tivesse que gastar algo a mais para usar o celular como uma carteira, ou cartão de crédito. Enfim, waletphone é o futuro...mas ainda precisamos ousar mais. Obs. Esse mamão que escreveu no post anterior só deve usar o celular pra falar mesmo...santa inocência.

Manuela Allain Davidson disse...

Dois comentários enriquecedores, obrigada, pessoal!! :D Um por levantar a dúvida e o outro por trazer uma super informação à luz. Quem dá mais?! :D

Anônimo disse...

Fiquei curioso em quanto estão gastando em R$ pelos kbytes transmitidos para realizar uma simples transação no BB (exemplo: visualizar extrato ou o saldo atual).

Outro item que estou curioso é o quanto gastaria em R$ pelos kbytes transmitidos em visualizar uma simples tela de RSS dentro do google reader, por exemplo.

Até o momento não procurei um celular com suporte a GPRS devido a estas e outras incógnitas. Quem sabe não vale a pena.
Vale lembrar que até o momento, a claro cobra cerca de R$6,00 pelo MByte transmitido.

Manuela Allain Davidson disse...

Carlos,

Sua informação procede. Conversando com amigos que trabalham na área, eles me confirmaram que a cobrança dos serviços em GPRS ainda é feita por Kbytes. Mas isso as operadoras têm que deixar claro nos próprios sites - até por conta do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

A TIM, por exemplo, cobra R$ 15,73 por megabyte para clientes pré-pagos. Mas clientes pós-pago têm acesso a um pacote básico que custa R$ 5,99 por megabyte - tanto para transferência de dados por GPRS ou Edge, dependendo da área de cobertura. E quanto mais você usa, mais tem descontos. Há também a opção de estabelecer pacotes individuais onde 1 gigabyte vai custar R$ 149 (ou R$ 0,15 por megabyte).

Dá uma olhadinha em http://www.timnordeste.com.br/asp/servicostim/dados/tim_connect_fast.asp

Se vale a pena ou não usar esse serviço, depende mesmo da sua demanda profissional.
:)