
Celular: fim das filas do Banco do Brasil?
A nova campanha publicitária do Banco do Brasil é de tirar o fôlego. Um banco inteiro dentro de um aparelho de telefone celular? Bendita tecnologia GSM que, enfim, deixa o WAP mostrar a que veio nesse mundo digital. Só de imaginar que uma tecnologia como essas possa reduzir o volume de gente que se acumula em filas de agências ou caixas eletrônicos do BB consigo visualizar um adeus poético àquela sensação claustrofóbica que sinto ao avistar o azul e amarelo quando alguém com quem saio precisa 'ir ao banco'.
Confesso que estou curiosa para testar essa maravilha tecnológica. E torço para não me decepcionar. Dia desses eu estava vasculhando o celular do meu marido atrás do conteúdo interativo da Claro (Idéia) e tentei baixar uma foto e um mini-video. Um custava R$ 1,10 e o outro R$ 2,30. Resolvi pagar pra ver mas fiquei só na vontade. Nas minhas duas tentativas, a transmissão de dados via GPRS mal conseguiu completar 5% do download e foi interrompida. O que eu ainda não sabia é que seria cobrada por um serviço que contratei mas não recebi. Ao que parece, a estrutura de logística de faturamento dos conteúdos disponíveis nos espaços WAP da Claro está muito bem definida, mas não pensou muito no consumidor.
O usuário recebe a mensagem de custo do serviço, contrata... mas não necessariamente recebe o produto. A conta, por outro lado, é outra história. Pode ter certeza que na próxima fatura a cobrança estará lá. Não discuto a ética da empresa, mas a arquitetura informacional que gerou esse gap de informação e descontentamento. A lição serve para qualquer empresa que planeje comercializar conteúdo ou serviços por dispositivos móveis: ao invés de faturar no início do download, a mensagem de cobrança só deve ser encaminhada para a conta do consumidor quando a operação solicitada for devidamente concluída. Mas é errando que a gente aprende, certo? Vou atrás do pessoal da Claro e ver o que eles têm a me dizer sobre isso.
No mesmo filão de transações eletrônicas por celular, o novo buxixo é a tecnologia que vai transformar nossos telefones em cartões de crédito associando smartcards a chips de celular. A Nokia, por exemplo, anunciou parceria com a fornecedora de smartcards Giesecke e Devrient, no início de julho, para que os aparelhinhos produzidos pela empresa filandesa possam atuar não só como cartão de crédito mas também como 'vale-transporte', com créditos baixados da Internet diretamente para o telefone.
A tal tecnologia foi batizada de 'near-field communications' (NFC), ou 'comunicações de campo aproximado'. "Nós estamos combinando duas tecnologias do futuro - telefones celulares e os seguros e impenetráveis smartcards. Acreditamos que a plataforma de gerência de chips seguros oferece vasta oportunidade para novos mercados", disse o chefe executivo da GeD, Karsten Ottenberg em entrevista ao AustralianIT.com.
A teoria da convergência de mídia é mesmo algo excitante. Estou ansiosa para ver a prática se equiparar a ela.